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domingo, 4 de março de 2012

60.HISTÓRICO DA HISTOLOGIA..

PESQUISADO E POSTADO, PELA ENFERMEIRA CAROLINA BARRETO.

REFERÊNCIA (S):

https://sites.google.com/site/histologiageraleaplicada/historico

 

Histórico.

A curiosidade em ultrapassar os limites da visão acompanha o homem desde os tempos antigos. Com o surgimento das primeiras lentes, inicialmente usadas para tratar distúrbios da visão, o homem percebeu que tinha em mãos um instrumento que poderia levá-lo muito além. Graças à perseverança de muitos cientistas, hoje a contemplação dos planos molecular e  atômico é uma realidade.
O termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer, que aproveitou o termo “tecido” que o Dr. Xavier Bichat (anatomista francês) instituiu, muito tempo antes (por volta de 1800), para descrever macroscopicamente as diferentes camadas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo. Bichat é reconhecido como o pai da histologia e patologia modernas. Apesar do fato dele ter trabalhado sem um microscópio, foi capaz de fazer avançar significativamente a compreensão do corpo humano. Ele foi o primeiro a introduzir o conceito de tecido como entidades distintas e sustentou a tese de que as doenças atacavam os tecidos em vez de todo o órgão.
        A  história da histologia é confluente com os avanços da microscopia. Muito antes (e durante) os experimentos do Dr. Xavier Bichat e Mayer vários cientistas trabalharam no desenvolvimento de lentes cada vez mais potentes.
        O surgimento da microscopia começa com a fabricação das primeiras lentes ópticas, através do polimento do vidro, pelo italiano Salvino d´Amato, em 1285. A ideia de combinar lentes para aumentar o tamanho dos objetos menores data de 1590 e deve-se a Zacharias Janssen, sendo, o primeiro microscópio por ele desenvolvido capaz de uma ampliação de cerca de 30x. A capacidade de ampliação foi evoluindo em consequência do aperfeiçoamento das lentes. No séc. XVII, Antonie Van Leeuwenhoek (físico holandês) desenvolveu o microscópio simples capaz de ampliações de até 200x e medindo apenas 6,7 centímetros, com o qual o cientista fez a primeira observação de bactérias, às quais na altura deu o nome de protozoários. Durante o séc. XVIII o microscópio tornou-se um objeto em moda, sendo fabricado por artífices com o propósito de servir como peça de decoração e satisfação da curiosidade dos ricos da época. Ainda neste século, o microscópio passa a fazer parte do processo de ensino das classes nobres e ricas da sociedade.
No entanto, mesmo com as sucessivas conquistas no quesito ampliação, as imagens obtidas continuavam a ser de qualidade inferior, devido às dificuldades em eliminar as aberrações cromáticas e distorções resultantes de imperfeições das lentes. Apenas no século XIX, com o aperfeiçoamento dos sistemas de fabricação de lentes, conseguiu-se atingir o limite de resolução máximo possível utilizando luz visível. Surgem também neste século os primeiros microscópios binoculares (duas oculares em vez de apenas uma). Para a melhoria das imagens obtidas com o microscópio óptico, foram também cruciais os avanços obtidos na preparação do material biológico para observação (fixação, inclusão, corte e coloração). Os primeiros ateliers especializados na fabricação e comércio dos microscópios surgem em meados do século XIX, destacando-se o de Camille-Sébastien Nachet, inaugurado em Paris em 1835, e o de Karl Zeiss, inaugurado na Alemanha em 1846.
         Em consequência do desenvolvimento da microscopia, foi possível a observação e descoberta de inúmeras estruturas e seres vivos microscópicos até então desconhecidos, como bactérias, protozoários e fungos. Também graças ao desenvolvimento da microscopia, em 1835, Schleiden e Schwann, propõem as bases da teoria celular, primeiro grande princípio unificador da biologia, o qual postula que todos os organismos vivos são constituídos por células, sendo estas as unidades estruturais e funcionais dos mesmos.
Já no século XX, surgem novas variantes do microscópio óptico, sendo de destacar a invenção do microscópio de contraste de fases (Zernicke, 1941) e o de contraste diferencial (Normanski, 1952).
O aperfeiçoamento do microscópio óptico foi conduzido a tal ponto que, a única limitação era o grande comprimento de onda da radiação (luz visível) utilizada para iluminação, impedindo a obtenção de um maior poder de resolução. Esta dificuldade levou os cientistas a procurarem um modelo de microscópio que usando outro tipo de radiação para iluminação (com menor comprimento de onda que a luz visível) permitisse aumentar ainda mais a resolução.
Em 1924, o físico Louis de Broglie, constata que um feixe de elétrons apresenta um comportamento idêntico aos raios luminosos, mas com um comprimento de onda 10.000x menor, o que lança os fundamentos da microscopia eletrônica, conjuntamente com a teoria do efeito de foco de um campo magnético ou eletrostático sobre um feixe de elétrons, desenvolvida em 1926 por Hans Bush, investigador da Universidade de Jena, a qual prova que é possível focar um feixe de elétrons com lentes magnéticas cilíndricas. Estavam assim elaboradas as bases teóricas do microscópio eletrônico, sendo o primeiro aparelho construído em 1931/1932 por Ernst Ruska (Prêmio Nobel da Física em 1986) e por Max Knoll. Em 1933 o microscópio eletrônico ultrapassava já o limite de resolução do microscópio óptico. No entanto, só após a Segunda Guerra Mundial o microscópio eletrônico se desenvolve completamente, sendo o Elmskop I, desenvolvido por Ernst Ruska e Bodo Van Bonier nos laboratórios da Siemens, o mais famoso dos primeiros microscópios eletrônicos.
        A microscopia eletrônica teve um rápido desenvolvimento em poucos anos, graças a grandes aperfeiçoamentos técnicos que permitiram não apenas maiores valores de ampliação, mas também aumentos sucessivos da capacidade de resolução e da qualidade das imagens obtidas. Estes progressos foram possíveis graças ao aperfeiçoamento dos métodos de preparação do material biológico para observação, sendo desenvolvidas várias técnicas, como a de obtenção de cortes ultrafinos e a de fixação de estruturas celulares através do uso de resinas sintéticas, entre outras. Uma variante do microscópio eletrônico com grande interesse para a biologia, já que permite a obtenção de imagens de material não seccionado, é o microscópio eletrônico de varredura ou scanning, desenvolvido pela primeira vez em 1965 pela empresa Cambridge Instruments.

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